Osteoporose induzida por glicocorticoides
Resumo
Virtualmente todas as doenças reumatológicas possuem os glicocorticoides dentro do arsenal terapêutico, seja como terapia inicial ou adjuvante. Corticoterapia está associada à rápida e precoce perda óssea, além de aumento no risco de fraturas. O aumento no risco de fraturas foi demonstrado mesmo em doses entre 2,5-7,5 mg/dia de prednisona ou equivalentes. Dose e duração da corticoterapia devem ser abreviadas para todos os pacientes. Adultos em programação de uso de prednisona ≥ 2,5 mg por ≥ 3 meses devem receber orientação de reposição de cálcio e vitamina D, assim como incentivo a exercícios de fortalecimento muscular, prevenção de quedas, dieta hipossódica, evitar ingestão de álcool e cessação do tabagismo. Avaliação inicial do risco de fraturas é recomendada em todos os pacientes, sendo indicada a realização de densitometria óssea e aplicação do escore FRAX em adultos maiores de 40 anos, história pessoal de fraturas por fragilidade ou presença de fatores de risco para perda óssea. Recomenda-se ajuste no FRAX naqueles em uso de prednisona ≥ 7,5 mg ou equivalentes. Bisfosfonatos orais (alendronato e risedronato) são terapia de primeira linha naqueles com indicação de tratamento farmacológico, com a possibilidade de uso de bisfosfonato endovenoso (ácido zoledrônico) nas contraindicações ao bisfosfonato oral. Avaliar individualmente o uso de teriparatida devido ao alto custo. Denosumabe não é tipicamente prescrito em razão do risco de perda óssea acelerada após sua suspensão. Especial atenção é necessária nas mulheres em idade fértil ou gestantes. A decisão terapêutica deve sempre ser compartilhada entre paciente e médico assistente.
Unitermos
Osteoporose. Glicocorticoides. Corticosteroides. Fratura por fragilidade. Tratamento.Correspondência: Dra. Vera Lúcia Szejnfeld, e-mail: [email protected]; Dr. Alex Rocha Bernardes da Silva, e-mail: [email protected].
Como citar este artigo: Silva ARB, Szejnfeld VL. Osteoporose induzida por glicocorticoides. Rev Paul Reumatol. 2019 abr-jun;18(2):44-50. DOI: https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2019.18.2.44-50.
Os autores não contaram com apoio financeiro.
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