Sexualidade e doenças reumáticas
Introdução
A atividade sexual satisfatória é um dos pilares da qualidade de vida, envolvendo das preliminares ao intercurso sexual, mecanismos neurológicos, vasculares, endocrinológicos, musculoesqueléticos, psicossociais, culturais, além do parceiro sexual e fatores individuais (autoestima, imagem corporal e habilidade pessoal)1,2.
A disfunção sexual consiste na incapacidade para participar do ato sexual com satisfação, comprometendo desejo e/ou excitação e/ou orgasmo. Pode também se apresentar como dor que antecede, ocorre durante ou após o ato3,4. Os numerosos fatores de risco para a disfunção sexual explicam sua alta prevalência nas diferentes fases da vida, podendo apresentar etiologia orgânica, psicossocial e/ou sociodemográfica3-5. Entre estes últimos citam-se idade avançada, renda familiar baixa e educação precária. Quanto aos fatores orgânicos, encontram-se: deficiência hormonal, hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, neuropatias, alcoolismo, tabagismo, uso de drogas ilícitas, bem como uso de alguns medicamentos. Depressão e ansiedade respondem pelas causas psiquiátricas mais comuns de disfunção sexual4,5.
A prevalência é alta em homens, especialmente nos casos de disfunção erétil (DE) e de ejaculação precoce (EP)3,5. O mesmo se observa nas mulheres, quanto à diminuição do desejo, falta de lubrificação vaginal, transtornos do orgasmo e dor ao intercurso sexual4.
Por comprometer a satisfação sexual e a satisfação com a vida, a disfunção sexual resulta em menor qualidade de vida, baixa autoestima, depressão, ansiedade e prejuízo na relação interpessoal e dos parceiros3,6,7.
Doenças crônicas podem conduzir ao desinteresse sexual e à falta dessa atividade, por baixa autoestima e preocupação quanto à imagem corporal, por exemplo8.
A depressão também reduz a libido, deteriorando a qualidade do relacionamento sexual1,3,4,6,7. Os pacientes, ansiosos sobre sua habilidade em satisfazer o parceiro, com o tempo desenvolvem ansiedade antecipatória e, pelo receio de falhar, acabam evitando o intercurso9. Fadiga e estresse também acompanham as doenças crônicas, podendo contribuir para a disfunção sexual1,9.
Correspondência: Dra. Carmita H. N. Abdo, e-mail: [email protected].
Como citar este artigo: Abdo CHN. Sexualidade e doenças reumáticas. Rev Paul Reumatol. 2017 jul-set;16(3):6-12. DOI: https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2017.16.3.6-12.
A autora não contou com apoio financeiro.
A autora declara não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros que representem conflito de interesse nos produtos e empresas descritos neste artigo.
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