Editorial
Reabilitação em reumatologia
DOI: https://doi.org/10.46833/reumatologiasp.2014.13.3.5Nas últimas décadas, presenciamos a evolução da reumatologia nas diversas áreas, da etiopatogenia às novas terapias e dos novos critérios diagnósticos aos atualizados guias de tratamento. Nessa evolução, notamos ainda que o tratamento não medicamentoso passou a receber maior atenção, tornando-se parte fundamental da abordagem da maioria das doenças reumáticas. Nesse contexto, a reabilitação vem também progredindo e acrescentando cada vez mais evidências de seus benefícios aos pacientes reumáticos.
Os principais pilares na reabilitação de doenças reumáticas são a educação do paciente, as orientações de proteção articular e conservação de energia, o uso de dispositivos (órteses, palmilhas e auxiliares de marcha), os meios físicos e os exercícios físicos. Associadas ao tratamento medicamentoso, essas intervenções conferem melhora dos sintomas, da função, da capacidade física e da qualidade de vida. É necessária, então, a interação de uma equipe multidisciplinar composta por médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, psicólogos e nutricionistas.
As órteses de membros superiores conferem estabilização e proteção articular, levando à melhora da dor e da função das articulações afetadas. Em doenças articulares de caráter progressivo e deformante, como a artrite reumatoide e a osteoartrite, esses dispositivos são muito úteis e posicionam a articulação e/ou membro da maneira o mais funcional possível. Já as palmilhas, por distribuírem melhor as cargas, podem melhorar, da mesma forma, a dor e a função dos pés reumáticos.
Outros dispositivos que fazem parte do arsenal terapêutico não medicamentoso são os auxiliares de marcha. Apesar de pouco aceitos pelos pacientes e da falta de estudos na literatura, podem melhorar a marcha ao diminuir a sobrecarga articular e a dor, e ao aumentar o equilíbrio e a propriocepção. Por sua vez, meios físicos como ultrassom, ondas curtas e termoterapia apresentam evidências de falta de efeitos benéficos e têm indicação discutível.
Os exercícios físicos representam a intervenção com um número crescente de estudos e evidências de seus efeitos clínicos e biológicos positivos. Alongamentos, fortalecimento muscular e exercícios aeróbios fazem parte da prescrição médica e, da mesma forma que os medicamentos, têm suas doses, frequência e duração efetivas. Contudo, devem ser individualizados e monitorizados regularmente para minimizar o risco de lesões.
Nesta edição da Revista Paulista de Reumatologia, reunimos os principais tópicos da reabilitação em reumatologia e convidamos pesquisadores e professores experts em cada área para produzir artigos com conteúdo prático e baseados nas evidências científicas atuais. Esperamos, com isso, contribuir para a difusão e aplicação dos conceitos e estratégias não medicamentosas que têm, como meta final, o bem-estar dos pacientes reumáticos.
Boa leitura a todos!
Artigos de Revisão
Proteção articular, conservação de energia e educação do paciente
Fábio Jennings
Exercício físico e doenças reumatológicas inflamatórias e autoimunes: evidências científicas e aplicações práticas
Luiz Augusto Perandini
Thalita Dassouki
Hamilton Roschel
Bruno Gualano
Ana Lúcia de Sá-Pinto
Fernanda Rodrigues Lima
Meios físicos em reumatologia
Marcos Renato de Assis
Órteses para membro superior: prática clínica e evidências científicas
Paula Gabriel Silva
Auxiliares de marcha em reumatologia
Anamaria Jones
Indicações de uso de palmilhas
Eduardo de Paiva Magalhães
Rheuma
Benefícios do treinamento resistido progressivo com auxílio da bola suíça em pacientes com espondilite anquilosante: um estudo controlado, randomizado e cego
Marcelo Cardoso de Souza
Noticiário
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